O nosso corpo foi projetado para se movimentar. Toda a nossa estrutura óssea, articular, ligamentar e muscular tem como função manter posturas, como ficar em pé ou sentado, manter posições, como deixar o braço elevado para a mão alcançar um objeto, e produzir movimentos, que são fundamentais para a nossa interação com o ambiente, para a realização de atividades do dia a dia e para a prática de atividades esportivas.

Algumas doenças ou lesões podem restringir o movimento das articulações ou até mesmo de todo o corpo. Isso pode acontecer na criança ou adolescente com diagnóstico de câncer. Os sintomas iniciais, a complicação da doença ou o tratamento, podem comprometer o sistema musculoesquelético. Podemos citar como exemplos: encurtamento muscular, diminuição de força muscular, contraturas, alterações posturais e alterações na coordenação motora e equilíbrio. Dependendo da condição clínica do paciente e da presença de dor, pode haver restrição ao leito o que vai comprometer o condicionamento físico. O paciente sente cansaço com pequenos esforços, como levantar da cama para ir ao banheiro.

Para recuperar o movimento não tem outro caminho. Tem que se movimentar! Após avaliação inicial com o fisioterapeuta, são realizados vários tipos de movimentos passivos (alongamentos, mobilizações articulares) e ativos. Os exercícios ativos devem progredir de acordo com as condições do paciente. Inicialmente ele faz exercício com o peso do próprio corpo depois são acrescentadas cargas externas (pesos adicionais de caneleiras ou alteres). No caso de crianças, os exercícios são realizados através de brincadeiras e jogos. Elas se divertem enquanto experimentam uma variedade de atividades motoras que vão promover a reabilitação.

Na Casa Durval Paiva, o paciente submetido ao tratamento de reabilitação, é estimulado para ser o mais ativo e independente possível e também a realizar vários tipos de exercícios para recuperar o movimento. Os objetivos de cada tratamento são traçados individualmente, respeitando as condições clínicas de cada paciente, por isso, além do exame físico, os exames laboratoriais, como por exemplo, o hemograma, são importantes na avaliação e reavaliação do paciente.

Recuperar o movimento normal não quer dizer que o paciente apenas recuperou sua amplitude de movimento, força muscular e faz suas atividades com a coordenação adequada. É muito mais que isso. Percebemos que o paciente recupera sua autonomia e confiança, melhora sua socialização, retorna para escola e volta a brincar com os amigos, sendo totalmente reinserido na sua rotina e contexto familiar.

Por Cinthia Moreno

Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva

CREFITO 83476-F