O câncer é uma doença que traz consigo uma forte carga emocional. Em alguns casos, até mesmo o isolamento das crianças, uma vez que é ainda muito associada à morte e sofrimento. É interessante que durante esta fase se tenha um acompanhamento maior para que seja possível a recuperação da autoestima e a volta às suas relações sociais, o que pode ser conseguido através das interações em redes sociais, sempre monitoradas por profissionais da área, visando uma melhora em sua qualidade de vida.
Após passar pelas fases iniciais de contato e integração com a equipe multidisciplinar e afastamento do isolamento, os participantes tendem a se envolver ou voltar a fazer o uso de redes sociais ou trabalhos em grupos, pois, através dessas experiências com as redes sociais são capazes de realizar a troca de convivências que serão de suma importância para a vivência dessa fase de enfrentamento do câncer.
O instrutor de informática atua como facilitador desse processo, precisando saber articular as experiências e tirar sempre algo de produtivo dessas interações realizadas durante as aulas. Tendo em vista que tem o trabalho de ajudar a superar a maior dificuldade encontrada pelos pacientes que é o não querer voltar a se expor em redes sociais, principalmente, com receio do preconceito que pode vir a sofrer.
Vale salientar que se trata de uma oportunidade de saber que cada fase do tratamento oncológico tem a sua importância e que existem sempre formas construtivas de enfrentá-las. Lidar com tudo isso é doloroso, mas em alguns momentos realmente acaba se tornando menos tenso quando os alunos expõem suas experiências e são dadas a eles oportunidades de compartilhar medos e angústias se tornando mais agradável ainda por descobrir o fato de existir outras pessoas com vivências semelhantes e enfrentamentos distintos para a mesma realidade.
Esse meio é o mais fácil de trabalhar a reinserção social das crianças que passam pelo tratamento do câncer, pois abre espaço para discussões e construções de novas amizades. As crianças costumam se expressar de forma lúdica, ou seja, através de jogos presentes até mesmo em redes sociais, cabendo ao instrutor orientar quanto ao uso.
O trabalho realizado na Durval Paiva tenta unir as emoções que são trazidas a partir da entrada do paciente ao ambiente da Casa. Pais, crianças, adolescentes, todos necessitam de um espaço terapêutico em que possam ser resgatados os momentos de prazer e de discussões, trabalhando também com as crianças e adolescentes para o resgate da sua ética, cidadania e reinserção social.
Escrito por Mayckon Dantas – Analista de TI.