A vida é mesmo cheia de obstáculos, cabe a nós decidirmos se vamos mudar de caminho quando um aparecer, ou se vamos ultrapassá-lo. E vamos combinar: ultrapassá-lo é muito mais interessante, não é? Tá, tudo bem, às vezes é difícil, mas quando a gente consegue vencê-lo, olhamos para trás e vemos, ele lá, parado com cara de derrotado, é muito bom! Se nós simplesmente trocássemos de caminho, não sentiríamos o gostinho da vitória.
Não importa o tempo que levaremos para vencer um obstáculo o que importa é derrotá-lo. Meus amigos há muito tempo usavam o tal do iphone, eu achava massa, mas impossível que eu conseguisse usar um algum dia. Eu não conhecia ninguém que não enxergasse que tivesse um celular desses, que fosse sensível ao toque, ou pelo menos pensava que não conhecia. Certa vez, eu estava conversando com um amigo pelo twitter, ele também é deficiente visual, começamos a falar sobre tecnologias, foi aí que eu disse: Ah! o iphone é impossível que a gente use… Então ele disparou: Ah! meu amigo, desculpe discordar, mas o iphone é o celular mais acessível que eu já tive. Eu pensei: Acessível, como assim gente? Então, como eu sou muito atrevido, inventei de pedir um a meu pai. Se o cara conseguia eu também tinha que conseguir. Meu pai comprou, o bicho chegou lá em casa, no começo foi meio difícil. Minha irmã ativou o voice over (leitor de tela para iphones) e eu comecei a mexer, de início me perdia completamente, mas aos poucos fui desenrolando, aprendi a ligar, depois a mandar mensagem, tirar foto, mexer no aplicativo do twitter. Enfim, venci esse obstáculo! Minha mãe diz que eu não largo o celular, diz que eu tô viciado… Mas, o bichinho é viciante mesmo.
Hoje, quando eu estou mexendo no celular, lembro quando eu achava impossível, é então que eu olho para trás e vejo o obstáculo lá, parado, com cara de derrotado. Claro que existem obstáculos muito mais barra pesada do que esse, a ausência de um membro do corpo, ou mesmo a superação de um câncer, mas, seja pequeno ou grande, o importante é encará-lo como algo que existe para ser superado e que sempre podemos prevalecer.
*Fernando Paiva Campos – É estudante de Jornalismo, tem 19 anos. Sobreviveu a um câncer e sua história deu origem a Casa Durval Paiva, há 17 anos.