Tecnologia Assistiva na promoção da qualidade de vida

Tecnologia Assistiva na promoção da qualidade de vida

Tecnologia Assistiva na promoção da qualidade de vida

Quando falamos em câncer, estamos nos referindo a um grupo de várias doenças que têm em comum a propagação indiscriminada, incontrolável e agressiva de células anormais nos tecidos e órgãos. Nesse caso, vivenciar a experiência do câncer é também perpassar por vários aspectos da vida do paciente e de sua família, na perspectiva da história familiar, na visão do paciente sobre o mundo, na sua identidade.

Com a doença, algumas limitações podem surgir podendo estar associadas à patologia ou ao próprio tratamento. Essas limitações ocasionam prejuízos funcionais, sociais e emocionais ao paciente. Algumas atividades simples como: alimentar-se, tomar banho, fazer uso do computador, por exemplo, podem se tornar tarefas mais complexas de serem realizadas, apesar da sua simplicidade.

Sendo assim, o terapeuta ocupacional é o profissional da área da saúde responsável por analisar e promover a vida ocupacional do paciente em seus diferentes aspectos, definindo ações de prevenção e desenvolvendo programa de tratamento que possibilite a melhoria de estado de saúde e de qualidade de vida, capacitando o paciente para que continue mantendo o significado e domínio de sua vida, além de promover um melhor desempenho ocupacional, a fim de alcançar autonomia e independência funcional, buscando promover e/ou manter sua vida ativa em casa e nos espaços sociais de trabalho e lazer.

 Para que a criança ou o adolescente em tratamento de câncer possa superar alguma possível limitação e ser o autor das suas atividades diárias, existem as tecnologias assistivas, que são dispositivos que contribuem para a assistência e reabilitação, proporcionando maior independência, permitindo que os pacientes com alguma limitação possam executar tarefas que antes não conseguiam ou tinham alguma dificuldade, proporcionando assim, uma vida independente e sociável.

Neste caso, o terapeuta ocupacional é um dos profissionais habilitados a prescreverem essa tecnologia, que primeiramente analisará a necessidade do paciente e seus interesses, e posteriormente, observará a criança e ou adolescente na execução de determinada tarefa, para poder analisar o problema e escolher o dispositivo mais adequando, por fim, concretizará a adaptação, o treino desse recurso, e finalizará com o acompanhamento deste. É fundamental durante esse processo considerar a posição do paciente sobre a adaptação, o impacto e adequação do dispositivo na sua vida diária, ou seja, se esta tecnologia está sendo funcional ou não à sua realidade e se precisará realizar algum ajuste para melhorar sua função.

As tecnologias assistivas podem ser utilizadas tanto para adaptação do ambiente quanto para promover a função. Alguns pacientes assistidos pela Casa Durval Paiva, passaram a fazer uso dessa tecnologia, durante a fase de tratamento, por apresentarem algumas limitações motoras, impedindo-os de realizarem algumas atividades de vida diária, em função da limitação dos membros superiores. A maior dificuldade que estes pacientes apresentavam era o ato de segurar a escova de dente, o pente e talheres, desta forma, foi confeccionado um dispositivo com o emborrachado (E.V.A), para que estes objetos tivessem um suporte e a mão do paciente fosse ajustada ao recurso, facilitando assim, o desempenho ocupacional destes, sendo funcional e importantes para a inclusão social, maior segurança e independência, devolvendo também ao paciente, sua auto estima.

Falando das tecnologias assistivas não imaginamos o quanto elas estão presentes no nosso dia a dia e que podem ser de baixo ou alto custo, e o que vai caracterizar isso é o grau de complexidade com que a tecnologia será fabricada, podendo variar entre alta, média e baixa tecnologia. São exemplos de dispositivos assistidos, as bengalas, cadeira de rodas, óculos, muletas, talheres com cabo engrossado, entre outras que venham a facilitar ações do cotidiano.

Para pessoas que não possuem limitação, a tecnologia torna as ações mais fáceis, para pessoas com limitações, a tecnologia torna as ações possíveis, o paciente passa a ter maiores possibilidades e, consequentemente, a organização de um novo cotidiano.

Lady Kelly Farias da Silva

Terapeuta Ocupacional – Casa Durval Paiva.

Crefito14295-TO