O tumor ósseo se desenvolve quando algumas células se proliferam de forma descontrolada e podem invadir outros tecidos e órgãos. Alguns dos primeiros sintomas são dor (óssea ou muscular) e inchaço no local acometido, o que pode levar à limitação no movimento articular e de todo o membro. É muito comum o paciente associar os sintomas a um ‘evento’ recente, como uma queda durante uma brincadeira ou a prática de esporte, mas muitas vezes não há relação com trauma ou lesão.
Esse tipo de tumor não está entre os mais frequentes tumores pediátricos. Mas de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), normalmente o diagnóstico é feito tardiamente e isso tem um impacto no tratamento e também no prognóstico. O tratamento normalmente é cirúrgico, com quimioterapia antes e depois do procedimento. Em alguns casos, dependendo do tipo, tamanho, localização, estágio da doença e condições gerais da criança ou adolescente, é necessário realizar uma amputação (retirada parcial ou total do membro) e isso causa um grande impacto para o paciente e sua família.
É fundamental que desde o momento do diagnóstico o paciente tenha acompanhamento com um Fisioterapeuta, como acontece na rotina da Casa Durval Paiva. Após avaliação inicial devem-se ter alguns cuidados, como iniciar o uso de muletas ou andador, caso o tumor esteja localizado em um dos membros inferiores. Essa medida é para evitar a sustentação de peso no membro e evitar fraturas. O paciente e sua família devem ser bem orientados quanto ao uso correto desses dispositivos e sua importância.
Exercícios para manutenção e melhora da força muscular nos membros superiores e no membro inferior não afetado devem iniciar precocemente. Se o paciente foi submetido à amputação, são realizados exercícios de fortalecimento para o coto (parte remanescente do membro) e, posteriormente, treino de marcha com prótese, ou seja, o paciente vai treinar para caminhar com um dispositivo que vai substituir o membro.
Precisamos motivar o paciente, fazê-lo entender que ele pode ter uma ótima funcionalidade. Ele poderá voltar à rotina de brincadeiras, à escola, continuará crescendo, poderá trabalhar, dirigir, ter família e até mesmo ser um atleta de alto desempenho. Enfim, ele será o que quiser ser. A amputação não é o fim! Mas um meio de superar limites, que muitas vezes são impostos pelo câncer ou pelos outros.
Escrito por Cinthia Moreno – Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva – CREFITO 83476-F.