Anna Letícia Xavier de Lima
Dentista – Casa Durval Paiva
CRO/RN 5213
O tratamento quimioterápico e radioterápico realizado em pacientes portadores de câncer pode gerar complicações bucais como mucosite oral, xerostomia (boca seca), infecções oportunistas por fungos ou vírus (herpes), cáries de radiação e trismo (limitação de abertura bucal). Dentre essas complicações, a mucosite oral representa a principal e mais dolorosa manifestação bucal.
A mucosite representa inflamação, edema e ulceração da mucosa – a camada de tecido mais externo que reveste o sistema digestivo, desde a cavidade oral ao ânus. É comum que ela apareça em pacientes em tratamento oncológico, pois as células dessas mucosas são semelhantes as cancerígenas. Como ambos os tipos de células se dividem em alta velocidade, o tratamento oncológico não consegue diferenciar as saudáveis das doentes e afeta as duas. A mucosite é “dose dependente”. Isso quer dizer que está diretamente relacionada com a administração do tratamento. Então, enquanto a quimioterapia estiver agindo, a mucosite poderá se desenvolver. Do mesmo modo que quanto mais alta for a dose da terapia, mais a mucosite reagirá.
A mucosite oral pode causar dificuldade na fala, assim como na mastigação e deglutição dos alimentos devido a dor que pode ser bastante intensa. Sendo assim, afeta diretamente a qualidade de vida dos pacientes submetidos ao tratamento de câncer. Uma das maneiras mais eficazes de minimizar a mucosite oral é por meio da laserterapia.
A laserterapia é um tratamento realizado por profissionais habilitados e entre estes, está o cirurgião-dentista. O tratamento com laser é rápido, indolor, seguro e não apresenta efeitos colaterais, quando realizado corretamente. As aplicações de laser de baixa potência aumentam a microcirculação local e restabelecem a produção da energia celular, promovendo a cicatrização e a ação anti-inflamatória e analgésica no local da irradiação. Ou seja, o laser tem efeito analgésico, aliviando a dor das “feridas” da mucosite e também cicatrizante, acelerando o processo de “cura” dessas lesões.
O setor de odontologia da Casa Durval Paiva foi um dos pioneiros a iniciar o trabalho com laser, de forma profilática, antes do aparecimento de qualquer lesão de mucosite, como prevenção e de forma terapêutica após a lesão de mucosite estar instalada.
O uso da laserterapia nos pacientes oncológicos com mucosite permitiu que estes conseguissem ter as lesões de mucosite curadas mais rapidamente e, consequentemente, pudessem voltar a se alimentar e hidratar melhor, promovendo um aumento na qualidade de vida durante o tratamento contra o câncer.