A visita domiciliar é um instrumento técnico-metodológico utilizado pelo assistente social que facilita a aproximação do profissional à realidade do usuário. Tem como objetivo principal conhecer as condições em que vivem as famílias e apreender aspectos do cotidiano das suas relações, aspectos esses que geralmente escapam às entrevistas no espaço institucional.
Sendo norteada pelos princípios ético-políticos, a visita domiciliar contribui para a realização do estudo social, através da investigação no espaço do indivíduo em seu âmbito familiar. A intervenção e o estudo social no lócus proporcionam uma coleta de dados mais eficaz. O estudo social é utilizado amplamente em vários campos, e o assistente social, por meio da observação da visita domiciliar e da entrevista realizada, coleta as informações, fazendo a interpretação através do diagnóstico da situação vivida por cada família. Os estudos socioeconômicos determinam os benefícios, tanto materiais, como financeiros nas diversas instituições. É importante assegurar o respeito e o sigilo profissional. A visita domiciliar exige que o profissional esteja bem instrumentalizado para atender as demandas que surgem e uma preparação antecipada com objetivos definidos.
A opção pela visita domiciliar se depara com limites e possibilidades inerentes a sua utilização. Os limites dão conta do fato do profissional não conseguir previamente identificar rotinas da família que possam impedir a efetividade da visita domiciliar. Podem ocorrer situações do cotidiano daqueles usuários, que dificultem as condições ideais para uma entrevista com um outro membro da família, pelo fato de estarem, muitas vezes, em grupos em suas casas e essas, de modo geral, não terem a proteção necessária ao sigilo. O profissional, nesse sentido, precisa estar atento aos possíveis imprevistos e realizar a sua intervenção, sempre compreendendo a ética profissional.
As possibilidades inerentes à visita domiciliar, em nosso entendimento, são mais atraentes que seus limites. Quando buscamos o contato direto com a vida dos usuários nos é permitido conhecer de modo mais apurado suas dificuldades, angústias, suas relações intra-familiares; como se estabelece a convivência comunitária; seu modo de vida em casa, e na sua rotina.
A visita domiciliar não possui caráter formal, assim, o usuário expõe com facilidade seus problemas e o assistente social pode intervir com mais eficácia, informando e orientando os caminhos que o usuário possa desconhecer para acessar os seus direitos. Com um olhar atento, o assistente social busca atingir a meta da visita.
Na Casa Durval Paiva, as visitas domiciliares são realizadas através do Projeto Vida, que assegura as condições necessárias para que os profissionais do serviço social realizem esse trabalho. A ética é fundamental na realização da visita, ela norteia o agir do profissional através de seus princípios, sendo o suporte que auxilia na distinção dos valores, tendo consciência moral e respeitando o usuário. Assim o aprimoramento dos instrumentais da visita domiciliar, a entrevista e a observação, que são inseridos no estudo socioeconômico, tornam-se o primeiro enfrentamento dos profissionais frente à realidade estabelecida. A leitura crítica da realidade das famílias é utilizada como ferramenta de efetivação e ampliação dos direitos sociais e dos serviços oferecidos pela instituição.
Soraya Mendes Guimarães
Assistente Social – Casa Durval Paiva
CRESS/RN 1249