Karina Guedes de Sousa
Cirurgiã dentista Casa Durval Paiva
CRO/ RN:3145
De acordo com as estatísticas norte-americanas e europeias, a chance de desenvolver xeroderma pigmentoso é de 1 para 1 milhão, sendo assim, uma afecção rara (Kleijer et al., 2008). Também conhecido como XP, o xeroderma pigmentoso é uma doença genética, não contagiosa, que afeta igualmente ambos os sexos e é caracterizada por uma extrema sensibilidade à radiação ultravioleta, presente na luz solar, que pode resultar em lesões graves na pele e nos olhos e, em alguns casos, levando a problemas neurológicos (Kraemer & DiGiovanna, 2016).
A exposição contínua à luz solar provoca ressecamento; fotoenvelhecimento precoce da pele – principalmente da pele da face; poiquilodermia (hiperpigmentação da pele), semelhantes a sardas nas regiões mais expostas ao sol, como o rosto; telangiectasia (pequenos vasos sanguíneos visíveis abaixo da pele) e pode levar ao surgimento de lesões cancerígenas em idade jovem (Lehmann et al., 2011; Espinosa, 2012). Vale ressaltar que, na maioria das vezes, há reações agudas na pele, como queimaduras graves em resposta à exposição solar, mesmo que por pouco tempo.
O tratamento preventivo se dá pelo diagnóstico precoce e por evitar radicalmente a exposição a luz solar e raios UV no dia a dia. Assim, foi realizado todo o protocolo preventivo de exposição a luz solar, com o uso de protetor solar dérmico, blusas especiais com proteção UV, chapéus, calça comprida e máscara facial na paciente, sexo feminino, com 9 anos de idade.
Entretanto, sua queixa maior eram as lesões ulcerativas, feridas abertas, dolorosas no lábio e a presença frequente de aftas na boca. A história relatada era que essas lesões raramente melhoravam. Após uma minuciosa consulta (anamnese), realizada durante o atendimento odontológico, foi constatado que a paciente nunca fez uso de protetor solar labial, como também, pasta de dente sem lauril sulfato de sódio (detergente que causa ressecamento nas mucosas da boca).
Juntamente com a mudança da pasta de dente, foram realizados laserterapia de baixa frequência, para acelerar a cicatrização das lesões, e o uso de protetor solar labial diário, reaplicado a cada 3 horas, fazendo com que aparecessem apenas áreas vermelhas nos lábios, ou seja, as lesões apareceram numa intensidade menor, sem formar feridas.
Dessa forma, a paciente melhorou sua ingestão alimentar, consequentemente, obtendo ganho de peso e qualidade de vida, relacionada à saúde bucal.