Odontologia preventiva nos pacientes oncológicos

A prevenção odontológica sempre será o melhor caminho para todos os pacientes, principalmente, os oncológicos. A oncologia, especialidade médica que estuda e trata o câncer (neoplasia), inclui várias modalidades terapêuticas, que ainda debilitam bastante o paciente, devido seus efeitos colaterais, sendo a boca um dos primeiros locais a ser afetado. As formas de tratar o câncer são: quimioterapia, radioterapia, cirurgia e transplante de medula, que podem ser isoladas ou associadas.

A quimioterapia não é seletiva, ou seja, não separa as células saudáveis das células doentes, com isso, o paciente baixa a sua imunidade e fica susceptível a uma série de infecções. Sendo a cárie, um foco de infecção, é importantíssimo a prevenção odontológica.

Todo paciente que vai se submeter a um tratamento contra o câncer, é necessário que seja examinado por um cirurgião dentista previamente. Para eliminar os possíveis focos de infecção, antes da quimioterapia e/ou radioterapia de cabeça e cabeça e pescoço. Caso esses focos não sejam eliminados, o paciente com câncer corre um sério risco de uma infecção grave, aumentado o risco de morbi / mortalidade.

O dentista irá orientar uma escovação mais reforçada, escova dental adequada, uma dieta equilibrada (não cariogênica e não ácida), a fluorterapia (aplicação de flúor) e as visitas regulares ao dentista, que, nos casos desses pacientes, devem ser de três em três meses.

Nos pacientes em fase de manutenção essas visitas podem espaçar para seis meses ou de acordo com a necessidade de cada paciente.

O serviço odontológico da Casa Durval Paiva atua junto às crianças e adolescentes com câncer, de forma preventiva, tanto no ambulatório (consultório), como no ambiente hospitalar. Como forma de estimular a escovação, são doados kits de escova dental, creme dental e fio dental.

É realizado um projeto mensal, intitulado Educação e Sorriso, que acontece tanto na classe domiciliar da instituição, como na classe hospitalar. Através de atividades lúdicas, os pacientes aprendem a importância de terem uma boca saudável para o sucesso do seu tratamento, para que não corram riscos.

É realizado também a laserprofilaxia (prevenção com laser de baixa potência), para prevenir os efeitos colaterais da quimioterapia como por exemplo, a mucosite oral. O laser de baixa potência é um bioestimulador, que auxilia no processo inflamatório. A mucosite oral causa muita dor ao paciente, impedindo-o de se alimentar, deglutir ou falar, passando um maior tempo internado e atrasando seu protocolo de tratamento.

É importante salientar que, mesmo os pacientes que estejam em remissão de doença, ou seja, sem atividade de doença, devem visitar regularmente o dentista, pois, na possibilidade de uma recaída, possa estar livre de infecções, evitando assim complicações e melhorando sua qualidade de vida.

Por Simone Norat Campos - Dentista Casa Durval Paiva - CRO/RN 1784

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